Relacionamentos

Minha avó costumava dizer que existe uma pessoa certa para cada um e muitas pessoas erradas.

Passamos quase a vida inteira sonhando com um tipo ideal, que pensará como nós, dividirá todos os momentos importantes, acreditamos que será eterno e vivemos em busca desse nosso querer e se tivermos sorte de encontrar, muitas vezes não queremos mais.

Depois dessa busca desenfreada descobrimos que nos envolvemos durante muito tempo com os caras errados, que acabamos aprendendo a gostar do errado, sentimos atração pelo nosso oposto, aprendemos a lidar com o silencio e o vazio dos momentos importantes.

Somos exigentes em cada desejo ao mesmo tempo em que somos displicentes com nosso querer. Como é difícil dizer ao coração que o racional está certo, que o momento mágico passou e que a vida é senhora de seus sentidos.

Dividir, confiar, acreditar, se entregar, são palavras que se perderam no espaço entre o poder e a liberdade de viver o simples.

Relacionamento sempre foi a grande complicação da sociedade, lidar com os sentimentos, desejos e sonhos é uma tarefa perfeita para os ilosofos de plantão ou o caminho mais rápido o manicômio, ainda mais em tempos atuais, onde ninguém mais sabe o que deseja, não reconhecem os limites do próximo.

Enfim, pedimos aos deuses um segundo mais, uma chance única de dizer novamente o quanto sentimos falta da época em que sabíamos exatamente o que desejávamos.